
Sem novos vírus, mas com alta de casos: Manaus enfrenta aumento sazonal de síndromes respiratórias
A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-RCP/AM), Tatyana Amorim, concedeu entrevista ao jornalista José Augusto Carvalho, para a coluna “José Pergunta”, abordando a atual circulação de vírus respiratórios em Manaus. Durante a conversa, a especialista esclareceu os rumores sobre supostas novas variantes e alertou para o aumento sazonal de síndromes gripais, comum no período chuvoso. Além disso, reforçou a importância da vacinação, testagem e medidas de prevenção para reduzir o impacto dessas doenças na população. As informações abaixo foram extraídas da entrevista, confira:

1. Há novos vírus ou variantes circulando em Manaus?
Não. Segundo Tatyana Amorim, diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), não há registro de novos vírus ou variantes respiratórias em circulação na cidade. Os vírus monitorados atualmente são os habituais para o período chuvoso, como o SARS-CoV-2 (Covid-19), rinovírus, adenovírus e metapneumovírus.
2. Por que os casos de síndromes respiratórias aumentam nesta época do ano?
O aumento de casos é típico do período chuvoso, que vai até maio. Essa sazonalidade favorece a circulação de vírus respiratórios, resultando em um número maior de pessoas com síndromes gripais e, em alguns casos, Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG).
3. A situação está pior do que no ano passado?
Não. Até 18 de janeiro de 2025, o número de casos registrados está menor em comparação ao mesmo período de 2024. Contudo, como o período chuvoso ainda está em curso, a expectativa é de aumento nos próximos meses.
4. Qual vírus preocupa mais neste momento?
A maior preocupação continua sendo o SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Embora não haja novas variantes, a sobreposição desse vírus em relação a outros, como rinovírus e adenovírus, tem sido significativa. A Covid-19 ainda causa internações e mortes, especialmente em grupos de risco.
5. Quem deve ter mais cuidado com a Covid-19?
Grupos de risco, como idosos, gestantes, crianças de seis meses a cinco anos, pessoas imunossuprimidas, indígenas e quilombolas, devem redobrar os cuidados. É fundamental manter a vacinação em dia e buscar atendimento médico ao apresentar sintomas gripais.
6. Ainda é importante fazer testes para Covid-19?
Sim. A testagem é essencial para identificar o vírus em circulação e garantir o diagnóstico correto. Se você apresentar sintomas como tosse persistente, febre, mal-estar ou dificuldade para respirar, procure uma unidade de saúde para realizar o teste.
7. A rede de saúde está preparada para atender esses casos?
Sim. A rede pública de saúde está abastecida com testes rápidos e medicamentos, como antivirais para Covid-19 e influenza. Além disso, os profissionais estão capacitados para realizar diagnósticos precisos e oferecer o tratamento adequado.
8. Quais medidas de prevenção devem ser adotadas?
As principais medidas incluem:
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- Uso de máscara ao apresentar sintomas gripais.
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- Higienização frequente das mãos.
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- Evitar contato direto com pessoas infectadas.
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- Procurar atendimento médico ao notar sintomas graves, como febre alta e dificuldade para respirar.
9. Como a FVS monitora os vírus em circulação?
A FVS realiza um trabalho constante de vigilância, coletando amostras de pacientes com sintomas gripais para análise e sequenciamento. Esse monitoramento é essencial para identificar quais vírus estão circulando e orientar as ações de saúde pública.
10. Qual a mensagem para a população?
“Cuidar de si é também cuidar do outro. É importante manter as medidas de prevenção, atualizar a vacinação e, ao apresentar sintomas, buscar atendimento médico para evitar complicações e conter a transmissão dos vírus”, finaliza Tatyana Amorim.
Último boletim epidemiológico
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), atualizou na segunda-feira (27/01), o Informe Epidemiológico de Vírus Respiratórios no Amazonas. O documento está disponível no site da fundação (www.fvs.am.gov.br). No Amazonas, de 1º a 25 de janeiro de 2025, foram registrados 230 casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 73 por vírus respiratórios. Neste período de 2025, foram registrados 2 óbitos por vírus respiratórios.
Nas últimas três semanas (05/01 a 25/01), a faixa etária mais atingida é de pessoas com 60 anos ou mais (28,8%); seguida de menores de 1 ano (27,4%), 1 a 4 anos (19,2%), 40 a 59 anos (9,6%), 5 a 9 anos (6,8%), 20 a 39 anos (6,8%), e 10 a 19 anos (1,4%).
Ainda nas últimas três semanas, os vírus respiratórios mais identificados em amostras laboratoriais foram: coronavírus SARS-CoV-2 (56,4%), rinovírus (33,4%), adenovírus (7,9%), metapneumovírus (3,0%), parainfluenza (2,8%), entre outros.
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